sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Verona de Shakespeare

Como prometido, estou de volta com as minhas postagens sobre a viagem de 2012 (Itália/França). Relembre o último post sobre a viagem aqui.
 
Vinte e dois de abril de 2012 - o Brasil festejando 512 anos de vida - e eu viajando pelo velho continente. Acordei às 06h00 da manhã com o domingo nublado, um pouco de frio. Meu destino: Verona no trem que sairia às 06h58 da Estação Santa Lucia em Veneza. Havia dormido tarde no dia anterior e estava um pouco cansado - visita às ilhas de Murano e Burano  e ainda fui ao Teatro assistir à Ópera La Traviatta.
A foto acima é do meu trem com destino à Veneza - completamente vazio - ninguém viaja nesse horário. Confesso que poderia ir mais tarde, porém, entre pagar 35 euros e 9 Euros, valeu o sacrifício de ter ido mais cedo...
 
 
A viagem dura 01h05 e, pontualmente, às 08h03 o trem chegou à Verona. Da estação de trem parti em direção ao centro da cidade. Era uma sensação estranha estar em Verona depois de alguns dias em Veneza. Ruas largas, movimento de ônibus e carros...
 
 
E, de repente, um desses encontros de novela... o casal(Dani e Rodrigo) da foto acima eu havia conhecido no Aeroporto Charles de  Gaulle em Paris. Eles só viajaram para a Itália e já estavam fazendo o caminho de retorno para o Brasil, saindo de Verona em direção à Roma. Foi uma ótima coincidência, pois me passaram boas dicas da cidade, além de um mapa.
 
 
Continuei o meu caminho até chegar ao Corso Puorta Nuova e dali uma grande avenida para o centro antigo ou histórico de Verona. foi uma boa caminhada, uns 30 minutos, mas nem senti. Ainda parei para tomar um café.
 
Batizei imediatamente essa Avenida de "Champs Elysées de Verona", tem lojas, restaurantes, bares etc. E no final da avenida "moderna" o encontro com o antigo...
 
 
E avistava o Portoni della Bra. Passar sob os arcos é, realmente, fazer uma viagem ao passado. Começava a viagem dentro  da minha  viagem. A primeira sensação ao chegar foi a de que um dia não seria suficiente, poderia ter reservado duas noites para Verona. Havia algo no ar...
 
 
Como estava ainda muito cedo, nenhum museu estava aberto. Valia observar a cidade, os prédios antigos como o da Prefeitura de Verona, que aparece em destaque na foto. Ao lado, à esquerda, uma parte da Arena - o "Coliseu" de Verona.  Tudo de perder o fôlego!
 
Museo Lapidario Maffeiano - um edifício imponente com a maior coleção de lápides antigas. é o museu lapidário mais antigo da Europa, foi inaugurado em  1738.
Com tantos atrativos na cidade o ideal é fazer uma seleção do que é imperdível, porém em Verona, tudo é imperdível. E com um dia de visita a escolha torna-se difícil, o que escolher, por onde começar? Lendo a minha revista "Viaje Mais - Itália", a sugestão era iniciar pelo Castelvecchio, mas fui parar para ler a revista justamente em frente à uma placa com indicações para visitar o Museo degli Affreschi (Museu dos Afrescos), onde justamente está a "túmulo de Julieta".  Não pensei duas vezes e iniciei minha visita.
 
 
 
É certo que Romeu e Julieta são personagens da peça de Shakespeare e nunca existiram, mas a  cidade de Verona - cenário da trama - soube aproveitar muito bem, turisticamente, essa história que criou ambientes que levam o visitante a confundir ficção com realidade.
 
 Entrada do Museo degli Affreschi
 
Poço dos desejos???
 
O Museo degli Affreschi é uma pequena jóia, com um acervo espetacular! Um conjunto de afrescos da idade Média e do Renascimento, além de pinturas dos séculos XVI e XVII e esculturas do século XIX. Confesso que essa visita foi a minha perdição - e vocês entenderão o porquê nos próximos posts.
 
 
 
 
Séculos de história e de arte.
 
 
"La Trinità" - Antonio Balestra
Detalhe do quadro "La Trinità"
 
 E depois da História a ficção
É interessante sair do museu e ir visitar o túmulo de Julieta. Trechos da peça de Shakespeare estão gravados na parede. À medida que me aproximava do local a sensação era de estar num teatro, assistindo a peça.
 
trecho da peça de Shakespeare.
 
 
O famoso "túmulo" de Julieta. Casais apaixonados deixam seus nomes gravados - isso não é paixão é vandalismo mesmo.

E já que estava num clima Shakespeare total, completei o ciclo indo até a casa de Julieta. O número de turistas é assustador, e eu quase desisti, mas dei uma volta no quarteirão e quando retornei a multidão já havia desaparecido.
 
 
A casa de Julieta e o famoso balcão. Não visitei a casa, pois soube que no interior não há nada de especial. O grande barato é mesmo ver o balão e a estátua de bronze de Julieta.
 
 

Observem que o seio direito da estátua está bem mais claro. O porquê? Todo visitante que tocar o seio direito de Julieta terá sorte na procura por um amor. Será mesmo?

 Pelo sim, pelo não ... eu caprichei...

 
E aqui um exemplo claro do vandalismo turístico. A parede da entrada principal com todo tipo de pixação e - que nojo - chicletes e pirulitos colados.
 
Grade cheia de cadeados deixados pelos casais apaixonados que querem "eternizar" o amor ...reparem na coluna à direita repleta de nomes e corações desenhados. Realmente, não gosto muito disso, mas ...
E assim terminei a minha manhã com Romeu e Julieta... 

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