segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Nas dependências do Sultão - Capítulo7

Nosso diário de viagem ganha mais um capítulo! Quarto dia em Istanbul, 22 de agosto de 2014. Era sexta-feira e o dia, para variar, amanheceu lindo e ensolarado. Fiz a minha tradicional corrida, retornei ao Hotel e saí em direção ao Palácio Topkapi.
Porta Imperial (Bab-i Humayun)
O Palácio Topkapi é um complexo de diversos edifícios de pavilhões isolados que contém obras que remontam todas as épocas do período otomano. É imenso. E a visita pode levar o dia inteiro, não é exagero. Abaixo a planta do palácio que abrigou diversos sultões até 1856.
Minha intenção era chegar antes da abertura, mas cheguei um pouco depois das 9 horas da manhã. Mas a fila para comprar os ingressos não estava grande. A propósito, além do ingresso para o palácio (custa 30 Liras turcas), se você quiser visitar o Harém tem que desembolsar mais 15 Liras Turcas. 
 Porta das Saudações - Bab-us Selâm
Comprei os dois ingressos e iniciei minha visita de longas horas no Topkapi. No início você fica um pouco confuso e não sabe por onde começar. São vários prédios,  passagens, jardins. E visitar sem um mapa fica complicado. portanto, quando visitarem o Topkapi não sejam pão-duros como eu fui e comprem o áudio guia, assim vocês ganham o mapa de visitação. Mas, não custava nada darem o mapa para os visitantes né????
E aí eu fui  entrando nos prédios mais vazios, pois em alguns as filas estavam grandes... e é isso que faz você perder tempo nessa visita.

O que chamou atenção nesse pavilhão foi o sofá que é enorme. Aqui os sultões  descansavam e tinham vista para um belo jardim.


 Muito confortável né? Mas nem pense em sentar...
Um dos pavilhões que mais recebe visitantes é o Pavilhão do Manto Sagrado, onde estão as relíquias sagradas do Islã. Estão guardados fios de barba do Profeta, um dos seus e duas espadas usadas em campanhas militares. 
Neste pavilhão é TERMINANTEMENTE PROIBIDO fotografar. Geralmente eu obedeço, mas quando vi essa túnica, pensei ser do Profeta e resolvi fotografar. Depois fiquei sabendo que existe uma capa de pelo de camelo que o Profeta deu a um poeta. Esta capa é exibida uma vez por ano, mas para um grupo restrito.
Outra foto PROIBIDA. Religioso  tocando órgão e  cantando trechos do Alcorão. Até passar pela sala pensei que fosse uma gravação. Fiquei curioso, mas não ia interromper para perguntar se ele ficava ali o dia inteiro cantando...

 A Sala do Tesouro
Na Sala do Tesouro estão, obviamente, os tesouros. E o que mais chama a atenção é a adaga de Topkapi, incrustada com pedras preciosas e com diamante de 86 quilates. A foto da adaga fiz num momento de distração dos guardas, mas confesso, não vale à pena. a gente fica tenso e a foto um desastre. E eu adoraria ter feito a foto do berço de ouro. Fiquei impressionado ao ver e aí entendi, definitivamente, o que é "nascer em berço de ouro".
 Uma pausa para contemplar o estreito de Bósforo.

Quando ouvimos a palavra "Harém" já visualizamos um sultão cercado de mulheres aumentando sua prole. Correto? Nada disso. O Harém era um lugar até pacato... as concubinas - meninas que chegavam com idades entre 5 e 12 anos - passavam anos, submetidas a rigoroso treinamento antes de serem apresentadas ao sultão. No mais, a vida seguia sua rotina. 
 A entrada do Harém - paredes decoradas com azulejos e muito mármore.

Pátio dos Eunucos Negros
 Aposentos do Sultão
 Na parte externa havia uma piscina
 Pátio 
A beleza dos azulejos 
A gaiola Dourada 
E a minha visita terminou no pavilhão das Cozinhas 
Aqui o destaque fica por conta da coleção de cerâmicas e porcelanas
Panelões utilizados na época. Quase mil pessoas por dia faziam suas refeições no Palácio.
E assim fechei a visita que durou quase 6 horas! Estava faminto e almocei num restaurante próximo do Palácio chamado Gullane. Escolhi um prato com berinjelas e carne de carneiro.  
Quando os pratos chegaram me senti o próprio sultão...
Estava bom, mas esperava um pouco mais...
Logo depois do almoço peguei o tramway para conferir o Aqueduto de Valens. Este aqueduto encontra-se em ótimo estado e fica próximo à Mesquita de Suleiman.  Foi construído pelo Imperador Valens em 368. Reformado nos anos seguintes, permaneceu em uso até o século XIX.


Depois de andar um pouco ou bastante...rs cheguei à Mesquita de Suleiman, o magnífico. E que tranquilidade! De repente, tudo fica esquecido lá fora e a sensação é de estar em outro planeta tamanha a Paz do local.

A Mesquita de Suleiman foi projetada por Sinan, o maior arquiteto do Império Otomano. Esta Mesquita foi construída para o sultão Suleiman I, o Magnífico em 1557. 
Diferentemente da Mesquita Azul, a Mesquita de Suleiman recebe menos turistas. O ambiente é calmo e mais uma vez pude entrar na área reservada.

E para entender o Islã ganhei livros para conhecer um pouco sobre a religião e os ensinamentos do Profeta.

E aqui repousa Suleiman, o Magnífico.
E a noite se aproximava...um dia incrível numa cidade que surpreende a cada dia.

domingo, 19 de outubro de 2014

Surpresa no final do dia - Capítulo 6

A sensação que eu tive no dia 21 de agosto em Istanbul foi a de que aquele dia não iria mais terminar... Mesquita Azul, almoço, Cisterna...e tudo o que eu queria era descansar. Mas havia um Museu no meio do caminho e fechei o dia com chave de ouro!
Museu Arqueológico de Istanbul

O Museu Arqueológico de Istanbul é um dos mais importantes em seu gênero no mundo. Foi fundado na época otomana com o nome de Museu Imperial. A coleção é imensa e inclui importantes peças de vários lugares do império. Pena que o chamado sarcófago de Alexandre estava em restauro. Mas a visita valeu muito. 
Como disse, o acervo é muito grande e, por isso, está distribuído em três prédios:
Pavilhão do Próximo Oriente
 
Estes mosaicos com animais  foram tirados do caminho real e da porta de Isthar na Babilônia
Objetos da época hitita (2000 - 1200 a.C.)

Seção Clássica
Nesta parte estão várias estátuas, sarcófagos e obras desde o século I a.C. Selecionei as que mais gostei, embora tivesse vontade de publicar todas...  
Cabeça de Alexandre, o grande. Proveniente de Pérgamo (primeira metade do século II a.C.)
 "O Oceano" - período romano
Essa estátua - Uma Cariatide (século I a.C.) - era uma das coluna de uma construção. O mármore parece um tecido, tamanho o cuidado do trabalho.
 Sarcófago Lício (século V a.C)
 Artemis (período romano)
 Cabeça da poetisa Sapho - cópia a partir de um original do tempo helenístico.

Pavilhão dos Azulejos (Cinili Kosk)
A beleza da fachada 
Na entrada do Pavilhão dos Azulejos 
Coincidentemente, deixei essa parte do Museu para o final. Foi a que mais gostei. A riqueza dos detalhes dos azulejos, o colorido das peças e a delicadeza das louças em cerâmica me encantaram. As fotos abaixo traduzem o meu sentimento.





Quase três horas de visita, isso porque passei rápido em algumas salas - sou detalhista e precisava de mais tempo, mas o museu fechava às 19hs. 
O Museu Arqueológico de Istanbul foi uma grande surpresa e, confesso, não esperava tanto. Para ser bem sincero, não pensava nem mesmo em fazer a visita, pois iria visitar um  museu arqueológico em Ankara. Sim, estive lá...cenas para próximos capítulos.
Quando visitarem Istanbul, se a agenda permitir, incluam o Museu Arqueológico no roteiro. Vocês não vão se arrepender.

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