Escrever um blog é um prazer muito grande. "Acabou o caviar?" agrega muitos assuntos e, atualmente, a minha viagem de férias tem dominado os posts. Essa viagem tem contagiado os leitores, muitos estão viajando dentro dessa viagem, como é o caso de Lucia Carneiro, amiga querida que conheci através do Blog Conexão Paris. Lucia tem aproveitado muito as postagens e faz comentários inspiradores e cheios de referências. Um dos últimos comentários dessa leitora foi no post "Veneza, uma paixão". Eu gostei tanto desse comentário que pedi autorização à Lucia para poder públicá-lo aqui como um post, a fim de compartilhar com todos os leitores do Blog. Espero que vocês, como eu, apreciem.
Veneza para mim é assim como uma miragem de esplendor mágico.
De dia, à noite, com chuva com sol, na neblina ou sob a neve, que é rara mas acontece. Descobre- se Veneza a pé e ao acaso no labirinto de seus sestieri.
Campi campielli, calli, calli longa calli large, salizada, rii, fondamenti, sotoporthegi, interstizo. Nos sotoporteghi muitas vezes passa-se agachado e aprendi que interstizio é um beco que pode ser pouco mais largo que meio metro.
De dia, à noite, com chuva com sol, na neblina ou sob a neve, que é rara mas acontece. Descobre- se Veneza a pé e ao acaso no labirinto de seus sestieri.
Campi campielli, calli, calli longa calli large, salizada, rii, fondamenti, sotoporthegi, interstizo. Nos sotoporteghi muitas vezes passa-se agachado e aprendi que interstizio é um beco que pode ser pouco mais largo que meio metro.
Veneza fascina!
É como transpor a ordem do universo, sonhar acordado.
Belisque-se e deixe- se levar numa viagem de dimensão diferente onde sons, cores, aromas e sabores indicam o caminho.
Pense e observe através dos sentidos.
No vazio do silencio da noite perceba o bater de passos firmes no calçamento incerto das ruas. Ouça o silvo dos apitos de carabinieri que em dupla protegem o descanso da cidade. O som das águas que balançam as gôndolas e batem continuo e ritmado na mureta do casario. Ao longe notas da Serenata Rimpianto na voz de tenor de um gondoleiro tardio " ...come un sogno d'or scolpito è nel core...il ricordo ancor...di quel amoré che non esiste piu..." o lamento desliza até a janela aberta de meu quarto de hotel. Seguem-se os mugidos dos grandes navios que entram ao porto na neblina serrada. Amanhece e eu acordo para Veneza com o cantar dos sinos de Campanille na Piazza. Meu relato não é sonho!
Jorge! A culpa é sua e Veneza faz isto!
Pertinho do hotel atravessava-se para o Dorsoduro usando-se o tragheto o meio mais delicioso de andar de gôndola! Santa Maria del Giglio. Se sua alma for mesmo veneta você vai fazer a travessia em pé como fazem os de casa...e eu já fazia. É parte da aventura!
Desta vez foi o Hotel Barbarigo mas sempre fiquei mesmo por ali nos arredores de Calle Larga XXII de Marzo.
Deixa explicar melhor...são só 4 pontes sobre o Canal Grande e 7 pontos de tragheto que fazem a travessia por um "palanca" que hoje corresponde a uma moeda de 0.50€.
Acho que preciso reviver Veneza urgente!
Lucia Carneiro