quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dia de compras na Champs-Elysées

O título deste post está bem esnobe, não acham? E até parece que faço compras na avenida mais famosa do mundo. Para ser sincero, tenho evitado a Champs-Elysées nos últimos tempos, mas os deuses do consumo sopraram o vento naquela direção e lá fui eu...
Por que evito a Champs-Elysées? Paris é o tipo de cidade onde uma árvore sem folhas faz o maior sucesso. Imagine então uma avenida enorme, cheia de lojas de grife, carrões desfilando e com um mega monumento? Vive lotada! Turistas, locais, trabalhadores e aproveitadores...tem de tudo  e tem que ficar esperto... uma fauna enlouquecedora. Não digo para ninguém deixar de ir. Tampouco que você vai sofrer um golpe, mas ficar atento.  Tem que ir mesmo para sentir a  vibe. Eu fiquei encantado quando pisei na avenida pela primeira vez. Depois, você já não aguenta mais os imigrantes pedindo para assinar listas, o velho golpe do anel caído no chão e quer mais é dar uma de Greta Garbo e gritar: "I want to be alone!"
Fazia um friozinho e ameaçava até chover um pouco, e isso explica esse visual da foto. Por sinal, ficar no canteiro central para fazer fotos é uma das práticas mais comuns entre os milhares de turistas. Pelo menos, até hoje, que eu saiba, ninguém foi atropelado. Portanto, não deixe de fazer suas fotos, você não corre perigo.

O fato é que nunca estive tão cedo na Champs-Elysées e confesso que foi até agradável. As lojas costumam abrir a partir das 10 horas. Daí, o calçadão vazio e a porta da Sephora (a maior loja de perfumes que já vi), estar fechada.
Essa loja é enorme e os preços razoáveis. Paraíso para as mulheres e uma tortura para os homens. Fico 5 minutos e vou embora, já tonto com tantos aromas. Desta vez, fiquei um pouco mais, pois uma amiga me pediu uma encomenda e fui perguntar se havia o tal produto lá. Não havia e saí logo. As vendedoras são simpáticas e muito atenciosas. Não perguntei, mas acredito que Sephora oferece aos clientes um test-drive - nem sei se posso falar assim - para maquiagem. Vi umas mulheres correndo para serem cobaias. Pareciam estar muito felizes.
Continuei descendo a avenida e parei no número 114 onde fica o prédio que o nosso Santos Dumont morava. Alguns passam por ali e nem notam a placa.
Diante deste prédio, em 1903,  Santos Dumont aterrissou o seu "dirigível"  nº 9. Orgulho brasileiro!
Outro ícone da grande avenida: o Cabaret Lido. 

A esta altura do campeonato já havia passado na FNAC - outra loja enorme - e comprado meus cds. As compras foram ótimas: Jessie Norman, Barbara, Olivia Ruiz e Benabar. Por 20 euros comprei 4 cds, sendo um duplo o da Jessie Norman. 
Claro que depois passei na Cartier para conferir as novidades, mas nem vou falar quando deixei nesta loja.... 
Entrei em algumas galerias, em outras lojas, mas nem sempre dá para fotografar tudo. Já passava do meio dia e resolvi deixar as compras em casa e depois almoçar em Montmartre. Mas, como sou generoso, ainda levei meu amigo para comprar livros na Gibert Jeune que fica no Quartier Latin. Como recompensa pelos serviços de intérprete, ganhei este livro:

Almoço no Relais Gascon (6, Rue des Abbesses). Conheci esse restaurante em 2012 e já falei dele aqui. O clima estava pedindo mesmo um prato forte, por isso, optei pelo Cassoulet (a feijoada francesa). Porém, iniciei com um patê de campagne. 

Estava tudo maravilhoso! A comida no Le Relais Gascon é farta e saborosa. Esse cassoulet dá para duas pessoas, mas as porções são individuais. Foi uma loucura comer tanto. 

Já disse que não planejo muito os passeios, vou deixando a cidade me guiar. A idéia era dar uma volta por Montmartre e depois passar em casa e descansar um pouco, tomar um chá. Mas e a chuva?? Frio é suportável e até gostoso, mas a chuva atrapalha e com bolsas aí não dá mesmo. O máximo que fiz foi passar numa Fromagerie (loja especializada em queijos) e comprar um bom pedaço do delicioso queijo Comté. Dali peguei o metrô e o caminho era a casa. Mas, acabei descendo no Opéra e como não estava mais chovendo, caminhei em direção à Igreja da Madeleine. 
Antes de passar na Igreja, dei lugar à gula e fui visitar uma velha amiga que trabalha na Fauchon. A Fauchon é uma espécie de paraíso das delícias. Por sinal, a Place de la Madeleine é um perigo. Todas as delícias estão reunidas ali. As vitrines da Fauchon estavam, como sempre, impecáveis.
E o reencontro com Maria Helena. Eu a conheci em 2002. Maria Helena trabalha no setor de Chás. Quando veio me atender me cumprimentou em português e daí ficamos amigos. Ela é portuguesa e mora em Paris há muitos anos. Uma simpatia. Sempre que posso faço uma visita.  
O dia estava rendendo e o final de tarde um espetáculo com a bela Igreja da Madeleine e suas colunas coríntias, uma maravilha neoclássica que encanta a todos.
O altar mor. As imagens são delicadas e os anjos pareciam querer voar a qualquer momento. Para minha sorte estava acontecendo um ensaio de um concerto. Órgão e a voz suave de uma cantora (soprano), tudo isso só contribuiu para deixar a visita ainda mais interessante. 
Não podia estar mais feliz. Nada mal para uma segunda-feira (30/12/2013), sem muitos planos. E na saída, ainda fui brindado com esse espetáculo de luz e cores. Não poderia mesmo ter sido melhor! Que dia!

22 comentários:

  1. Jorge: que belo post. As fotos da Madeleine ganharam o prêmio! Também não costumo mais ir a Champs. Só para entrar na Louis Vuitton, nunca para comprar ( não sou uma consumista de marcas), vou direto ao elevador ( todo negro = escuridão total - uma experiência interessante) e descer no Espace Cultural onde sempre há exposições interessantes e a vista é linda.

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    1. Tania
      Boa dica essa da Louis Vuitton. Nunca tive curiosidade em entrar nessa loja. Também, sempre há filas enormes.
      Beijos

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  2. Mais um texto delicioso!
    Sou como vc, nunca fa'co planos em Paris, deixo a cidade me levar...
    Beijos

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    1. Beth
      E essa é melhor forma de aproveitar a cidade, não é mesmo?
      Beijos

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  3. Jorge, adorei as fotos...em setembro saímos sem rumo e acho que fizemos o mesmo caminho que você, qdo chegamos no ap, meu marido viu no Google que tínhamos andado por volta de 20km, na Madaleine tinha um grupo de brasileiros que parecia ser de candomblé, com baianas e cantoria, acompanhados de um padre falando em francês, não entendemos nada,rsrsrsr

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    1. Monica
      Que cena! Em Paris tudo é possível, já fazem até lavagem nas escadarias de Montmartre!
      Bom é sair sem rumo e ir descobrindo.
      Beijos

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  4. JORGE, a primeira visão de Paris, a noite que tive foi a Madeleine. Essa imagem maravilhosa não me sai da cabeça. Parabéns por mais essa viagem que para nós rende ótimos textos!!!! Aguardamos mais. Abraço.

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    1. Olá Kleber
      A Madeleine é espetacular, uma igreja que de todos os ângulos é encantadora.
      Aguarde mais posts
      Abraços

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  5. Texto delicioso ,e divertido ! A sua cara .A viagem sempre me leva ,as surpresas ,o inesperado ,é sempre o melhor .Como sempre fico perto da Champs ,passo por lá ,mas num horário louco ,faço a caminhada as 7 da manhã .Todos ficam dormindo ,e eu saio .E com quem me deparo : funcionários apressados ,garçons ,pedintes ainda chegando ou acordando ,pessoas passeando com os cães.Mas o silêncio impera ,eu gosto desta Paris !

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    1. Olá Anônimo...quem será você??? Amei seu comentário! Paris nos surpreende em todas as horas. Se perto das 10h estava meio vazio imagino às 7 h!
      Abraços

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  6. Delícia de dia, Jorge!
    Eu sou fãzoca da Madeleine. E que iluminação linda foi essa!
    Sou daquelas que sempre bate ponto na Champs Elysées, ela tem um charme único e já me hospedei duas vezes ali.
    Amando passar o inverno em Paris com você! Aqui no meu calorzinho, como eu gosto.
    Beijos

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  7. PS As fotos estão incríveis e os fotógrafos são ótimos!

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    1. Sueli
      nesta viagem apreciei muito os passeios que fiz pela Madeleine e arredores. Por sorte cheguei no finalzinho da tarde, no inverno 17hs já é quase noite. E aí vi essa maravilha de iluminação, de fato, um espetáculo. Acho que vc iria gostar desse inverno não rigoroso em Paris. Porém, nada como nosso calor, sol e uma piscina!
      Beijos e obrigado pelos elogios.

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  8. Nunca gostei muito da Champs Elysées, mas ultimamente aprendi a apreciar chegando cedo!!! Pela manhã é muito agradável passear pela avenida praticamente vazia!
    As suas fotos estão ótimas!!!

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    1. Milena
      È isso que pretendo fazer numa próxima ida à Paris. Acordar cedo, tipo 07h30 e ir descer toda a avenida pela manhã.
      Beijos

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  9. Inveja branca desse seu dia, Jorge. Mesmo não gostando de perder muito tempo em lojas. Quando voltar a Paris vou conferir essa loja, a Fauchon.
    Abraço amigo, bom fim-de-semana

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    1. Ruthia
      A Fauchon é um pequeno jardim de delícias. Você vai adorar.
      Beijos

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  10. Madeleine é linda! Adorei as fotos. Não sabia do Santos Dumont e tb gostei da dica da Tania sobre o elevador dentro da Louis Vuitton.
    Andei pela avenida vendo as barraquinhas de Natal. Lojas nem pensar.

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  11. kkkk Jorge! O comentário acima é meu. Não vi que tava logada com nome da filha.

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    1. Katia
      Bem que eu estranhei, e por um instante, gostei de saber que Bebel havia visitado Paris! Essa dica da LV vou conferir na próxima ida, mas se tiver tempo, claro.
      Beijos

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  12. E eu já fui cobaia dessas maquiagens da Sephora e confirmo...sim,saí muito feliz! Me lembro que até do maquiador, super simpático, natural da Martinica!! Também não sou fã dessa avenida, mas nunca deixo de dar uma passadinha, subo pelo lado direito e retorno pelo esquerdo. E a paradinha na casa de Santos Dumont não pode faltar....post muito divertido! bjs.

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