Viena é conhecida no mundo todo como a cidade da música, e a sua Ópera é muito famosa. Eu não vou fazer aqui um histórico do prédio, dos artistas que lá passaram etc. Isso tudo vocês podem encontrar nas Enciclopédias virtuais. Mas vou compartilhar com vocês minha passagem no templo operístico.

Essa é a fachada principal da Ópera de Viena. Complicado para fotografar, pois fica numa rua movimentada com muitos carros, bondes, etc. Fiz uma foto em frente, mas não ficou legal. O prédio é menos imponente do que imaginava e não é tão grande. Desde que cheguei à cidade estava curioso para conhecer a Ópera, mas o desejo era assistir algum espetáculo. A temporada de ópera estava apenas começando. E os preços? Caríssimos, claro! Os ingressos quase esgotados. Os melômanos do mundo todo - e abastados - compram seus ingressos com antecedência. Mas nem tudo estava perdido, eu sabia que era possível comprar ingressos no dia do espetáculo. A informação foi confirmada pela Patrícia - amante de ópera - que tive o prazer de reencontrar casualmente em Viena. O segredo era chegar cedo, entrar na fila e pagar apenas 3,50 Euros! Detalhe: ficar num lugar privilegiadíssimo, de cara para o palco, no final da platéia, mas de pé... a vida tem dessas coisas. Assim foi, cumpri o ritual. Os apaixonados e sem grana chegam cedo. A ópera começaria às 19h e os ingressos seriam vendidos às 18h, eu cheguei às 17 e fiquei lá pro meio da fila. No horário exato compramos os ingressos. Aí uma funcionária da Ópera abre as portas e nos conduz em fila indiana para o saguão. Dá as boas vindas em alemão e inglês e dita todas as regras: nada de fotografias, guardem seus lugares com uma echarpe (apesar de ser em pé, ficamos diante de um pequeno púlpito, se posso chamar assim. Amarramos um cachecol e pronto. Ninguém pega o seu legar). Eu fiz isso e depois fui conhecer as dependências do Teatro e fotografar o que era possível.

Alguns detalhe do teto de um dos salões. Fotografei rapidamente.
Figurinos de algumas óperas ficam em exposição.
E este imenso salão. Painéis com histórias de diversas óperas. Aqui rola a social. E todos confraternizam com champagne, claro!
E viva o "temporizador" que permitiu fazer essa foto. Ao fundo vocês podem notar um balcão onde são vendidos mini-sanduíches de salmão defumado, caviar, champagne. Que vida!
Escuto o sinal e vou correndo para a sala. O Teatro lotado, meu lugar "guardado" e me esperavam quase três horas de espetáculo em pé! Nem pensei nisso, até porque iria assistir minha ópera preferida: La Bohème, de Puccini. E ficar de pé não era nada demais. Aliás, Puccini merece esta reverência.
Foi uma noite perfeita. A música de Puccini bem conduzida pela orquestra da Ópera de Viena. Cantores de primeira linha com vozes privilegiadas. Cenários, figurinos, iluminação, tudo perfeito. Um espetáculo de altissímo nível, eu estava genuinamente feliz!
Dois dias depois retornei ao Teatro para assistir "Manon Lescaut", também de Puccini. Montagem moderna, ambientada no século XXI.
Vejam só, em apenas uma semana em Viena assisti duas óperas. Este ano aqui no Rio, desde a reinauguração do Teatro Municipal, assisti 2 montagens. Quem sabe um dia nossa temporada de óperas seja, ao menos, a metade do que é a de Viena ou Paris.